7 DE SETEMBRO DE 2012. PÁTRIA MADRASTA VIL. Como Vencer a Pobreza e a Desigualdade em terras Tupiniquins! ACORDA TRIUNFO!
Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência. ..
Exagero de escassez... Contraditórios? ? Então aí está! O novo nome do nosso
país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL. Porque o Brasil nada mais é
do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de
solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade. O Brasil nada mais é
do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de
contradições. Há quem diga que "dos filhos deste solo és mãe gentil", mas eu
digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de
MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil. A minha mãe não tapa o sol com a
peneira. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado
uma bela formação básica. E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da
escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome.
Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um
verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse
educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação
pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de
escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou
crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma
segue a outra... Sem nenhuma contradição! É disso que o Brasil precisa: mudanças
estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado;
mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!A mudança que nada
muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos,
mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão
paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é
ser cidadão. Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da
igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático
do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão
confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que
reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas
para isso? Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de
dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar
com a pobreza e desigualdade no Brasil. Afinal, de que serve um governo que não
administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um
Homem que não se posiciona? Talvez o sentido de nossa própria existência esteja
ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem
egoísmo, sem ódio e sem medo. Cada um por todos. Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam
elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil
ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou
como bicho? Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que
termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil
estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade' A redação de
Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem
textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da
Biblioteca Virtual da UNESCO. Favor divulguem, aos poucos iremos acordar este
"BraSil". (Por Clarice Zeitel Vianna Silva/UFRJ -
Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ).
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