quarta-feira, 11 de julho de 2012

MUDANÇA SEM MATANÇA!

Enquanto Maquiavel, em seu "O Príncipe", prega um derramamento de sangue para um soberano se manter no poder e Hegel segue essa triste linha de raciocínio; Bobbio em via de contramão e acertadamente se apoia em Erasmo de Rotherdam entende que não se precisa de irmãos se degladiando em vista de uma mudança, e prega que a diferença entre os regimes democráticos e autocráticos continua substancial. Bobbio acredita que a democracia possa desmentir o ditado hegeliano de que a história tem sido um imenso matadouro, uma luta fratricida. O otimismo não é vão, pelo menos até então. Os ideais de tolerância e da não violência, legados de uma história farta de guerras, além de não serem ignorados, são constantemente reavivados, como na dialética do dissenso e do consenso. Nos governos democráticos os cidadãos podem livrar-se de seus governantes sem derramamento de sangue. Além do mais permanecem a garantia dos principais direitos de liberdade, eleições periódicas e sufrágio universal, pluralidade partidária, decisões coletivas pelo princípio da maioria etc. Assim como Bobbio, a minha preferência vai para o governo das leis. O estado positivo da lei, em sua generalidade, fornece prescrições universais e não tem paixões como no poder carismático dos homens.
Abraço.

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